Titulo do Artigo – SALMO 133
A
união é a mola mestra para o bom êxito em todo empreendimento. Nos
negócios gera sucesso. Numa família unida, a paz, a tranqüilidade e a
harmonia reinante no lar, refletem, beneficamente, na educação dos
filhos, vendo o amor trasbordante dos pais.
"Oh!
Quão bom e suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso
sobre a cabeça, o qual desce para a barba de Arão e desce para a gola
de suas vestes.
É como o orvalho do Hermon, que desce sobre os montes de Sião. Ali ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre".
Para
a Maioria dos historiadores, o livro dos Salmos é uma reunião de
cânticos e louvores ao Senhor, e que provavelmente foram escritos por
Davi, Asafe e Salomão, para Moises, a ele e aos filhos de Core, no
décimo século antes de Cristo.
O
termo Salmos vem do grego Psalmos e significa poema cantado com
acompanhamento de instrumentos musicais. Já no hebraico essa denominação
significa o livro dos Louvores, com um total de 150, sendo a maioria
deles, 73 atribuídos a Davi. João Ferreira de Almeida é o responsável
pela tradução das Sagradas Escrituras para a língua Portuguesa.
Considerado
como o mais conhecido dos tradutores entre nos, resume, com precisão,
as propriedades desses louvores: "enquanto alguns Salmos celebram a
criação e outros acontecimentos históricos, uma seção particular de toda
historia: os Salmos 104-106 que começam com a criação, e termina com o
cativeiro" De qualquer modo, os Salmos incluem um vasto conteúdo de
profecias messiânicas relativas ao sofrimento de Cristo.
Por
todos esses fatores é que a abertura e a leitura do Livro Sagrado no
Primeiro Grau de Aprendiz, é feita na parte central do livro, justamente
no Salmo 133, também denominado Salmo do Peregrino, quando ressalta a
excelência do amor fraterno.
É
a peregrinação que o Maçom faz para refrigerar a sua alma; para
alimentar o seu corpo espiritual; para fortalecer a sua vida. É acima de
tudo, a representação da trilogia maçônica:
Liberdade,
Igualdade e Fraternidade. Para os hebreus temos os Salmos, enquanto
para os seguidores das doutrinas orientais existem os Mantras, e para os
esotéricos os Mantras e os Sons Vocálicos etc...
Contudo,
não é suficiente apenas ouvir sua leitura; ou sua entoação é preciso
que as palavras sejam aceitas e compreendidas não só no plano físico
como no plano psíquico.
1. Oh quão bom e quão suave é viverem os irmãos em união!
2. É como o óleo precioso derramado sobre a cabeça, que desce para a barba, a barba de Aarão, e que desce a orla de suas vestes;
Verificamos,
que não é qualquer óleo, mas sim um óleo precioso. E chegamos ao nome
do Sacerdote Aarão. Citado nos capítulos 28 a 30 do segundo livro do
Velho Testamento (Êxodo), Deus escolhe Aarão e seus filhos para o
sacerdócio, determinando o modelo, o material para a confecção das
vestes e demais elementos que seriam usados para o ofício
sacerdotal.
No capítulo 30, versículos 22 a 33, a descrição dos elementos que
deveriam compor o "óleo precioso": Em 1 him (6 litros) de óleo de oliva,
500 siclos da mais pura mirra, 250 siclos de canela aromática, 250
siclos de cálamo aromático, 500 siclos de cássia e mais especiarias,
tudo composto por um mestre perfumista.
Diz
um historiador que estas especiarias custavam caríssimas, pois
procediam de diversas regiões e de outros países. Depois de feita e
mistura, passava tudo por um processo de refinamento e depuração, de
modo que os seis litros iniciais, se resumiam, no final, em cerca de 600
gramas. Ao que se saiba, não há perfume hoje que custe tão caro! Além
disso, o óleo precioso era para ser usado unicamente pelo Sacerdote,
para santa unção, uma única
vez
por ano, quando o Sumo Sacerdote adentrava o Santo dos Santos. E quem
se atrevesse a compor um perfume como aquele, seria extirpado do meio do
povo. (vs. 33). A fórmula era segredo da tribo de Levi, a tribo dos
sacerdotes e transmitida às gerações seguintes. Dizem que quando o
sacerdote vertia algumas gotas sobre sua cabeça, a fragrância se exalava
por todo o ambiente, por muito tempo e até o pátio externo.
3.
É como o orvalho do Hermon, que desce sobre o Monte Sião: Porque ali o
Senhor derrama a sua benção e a vida para sempre! Procuremos analisa-las
e desvendar o seu verdadeiro sentido, já que essas palavras inspiradas
por Davi foram escritas no décimo século antes da era cristã. E em sua
primeira estrofe ouvimos com emoção:
"Oh
quão bom e quão suave é viverem os irmãos em união” Inicia o cântico
com uma exclamação de regozijo; é a preparação para a disposição de
serem-lhes aceitas as palavras.
É
o extravasamento da ansiedade que cada um tem, para glorificar ao
Senhor; é a prece que o Orador faz, ao ler com toda veneração a Palavra
de Deus, que esta sobre o Altar do Templo.
Quem
as ouve, toma parte dessa exclamação; ela é penetrante e soa aos
ouvidos, como um despertar. As vibrações atinge os quatro cantos da
Loja, envolve todos os irmãos, que se sentem inicialmente unidos, porque
participam do jubilo.
Eis
aqui a primeira lição daquele que devera ser o Eterno Aprendiz. A união
que faz o fraterno pela Iniciação. Toda subida como saída de nossos
irmãos do cativeiro babilônico parecem a primeira vista, dolorosos,
porem a visão do alto Monte é o premio da Liberdade.
Ciro liberta o povo eleito da Babilônia. Os irmãos em União caminham para Jerusalém.
O
Aprendiz suporta o cativeiro da Câmara de Reflexão e começa sua viagem
na direção da Jerusalém Celeste, guiado e exaltado pelos louvores da
promessa suave e boa da União Interior. A dor do cativeiro não se
compara com a alegria da libertação na excelência ao amor fraternal. O
Versículo dois nos diz: "É como óleo precioso derramado sobre a cabeça,
que desce para a barba, a barba de Arão, que desce a orla de suas
vestes". Sabemos que
aquele
que é ungido com o azeite, passa a portar as virtudes alquímicas deste
transmutador que, junto com o Mercúrio nos fará compreender o Sal da
Vida e o significado solar do enxofre divino.
Os
Patriarcas tinham profunda consideração pela barba, atributo do varão,
que com ela, mostrava toda a sua dignidade. Não somente ter a barba, mas
cuida-la, pois não o fazendo, poderia ser considerado em estado de
loucura. Era costume beijar a barba de um amigo.
Ofensa grave era cortar parte ou toda a barba de alguém.
Vemos,
deste modo, que o óleo do ungido desce sobre a dignidade do
sacrificador, sua barba, a barba de Aarão ate a orla de suas vestes.
Observemos que o óleo antes de descer a orla das vestes de Aarão,
deslizou pela barba, mas inicialmente derramado sobre sua cabeça, a Sede
da Mente.
Colocado sobre a cabeça, em quantidade generosa esse óleo descia atingindo as barbas:
os
homens de meia idade e de idade avançada cultivavam longas barbas; era o
caso de Aarão, irmão de Moises, da tribo de Levi e também iniciado nos
antigos mistérios, atuando em todos os eventos mágicos realizados por
ocasião da retirada do povo israelita da escravidão do Egito. E
finalmente, o versículo 3 revela: "É como o orvalho de Hermon, que desce
sobre o Monte Sião : Porque ali o Senhor derrama a sua benção e a vida
para sempre!" O Óleo retratado neste Salmo é comparado ao "Orvalho de
Hermon". O monte
Hermon tem o significado hebraico de consagrar.
É
o pico mais elevado do Ante Líbano, situado ao sudeste dos Libanos
Orientais; separado desses Libanos por um profundo vale que avança para o
Sul, onde tem inicio a Serra de Hermon. Sua forma é circular e abrange
uma superfície de 30 quilometros.
O
Hermon por se manter coberto de neve o ano inteiro, desprende o orvalho
que, constantemente, à noite, beneficia as regiões áridas. E os ventos
que vem do Mediterrâneo conduzem esse orvalho a longas distancias para
regiões áridas como Israel, Palestina, Líbano e adjacências,
constituindo-se, assim, como uma benção. Assim, quando o Salmo 133 diz
que o orvalho de Hermon desce sobre o Monte de Sião significa que
abrange a todo Israel. A união dessas bênçãos faz com que o povo se una
em amor fraternal, para que a vida lhes seja boa e agradável. É evidente
que esse exemplo, embora vindo das longínquas terras bíblicas, pode ser
aproveitado por todos, e em especial pela Maçonaria, que tomou o Salmo
133 como ponto de partida para o reino da felicidade. Poderíamos
afirmar: "Como é bom e agradável sermos Maçons!"
É
nesse clima, nessa situação de religiosidade, de consagração, aos pés
do Monte Hermon, é que o Senhor ordena a sua benção e a vida, não como
ato isolado, mas para sempre ou seja, para a Eternidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário